O Hospital de Braga assinou ontem um protocolo de colaboração com a Novamente – Associação de Apoio aos Traumatizados Crâneo Encefálicos e Suas Famílias.
O protocolo foi assinado no âmbito das I Jornadas de Enfermagem de Neurocirurgia, e tem como finalidade sensibilizar os profissionais de saúde para as dificuldades sentidas pelos traumatizados crâneo encefálicos e respectivas famílias. “O traumatismo crâneo encefálico surge de repente e cria situações de choque para o doente e para a família. É um caminho de ignorância total sobre o que se está a passar. Por isso, toda a ligação entre a família e o hospital, quanto melhor for, melhor será a recuperação. A tranquilidade da família é fundamental para a recuperação do próprio doente.”, revelou Vera Bonvalot, presidente da Novamente.
Neste momento a associação, com sede em Vila Nova de Gaia presta assistência a cerda de 650 famílias, mas em breve vai alargar a área de acção a Braga.“Vamos abrir em breve um grupo de pares aqui perto, que é um grupo de vítimas que sofreram traumatismo crâneo e que já pós-hospitalar, se querem reformular como nova pessoa que são, agora com as sequelas”, assegurou Vera Bonvalot. Os grupos vão funcionar com grupos pequenos (máximo de 12 pessoas), com a duração de um ano e dispõem de auto-ajuda. Poderão vir a dispôr de projectos de treino de vida diária.
Do ponto de vista do Hospital de Braga, o presidente da Comissão Executiva, João Ferreira, considerou que o protocolo vai dar uma grande ajuda aos doentes. “A cada dois dias nós temos aqui uma vítima de traumatismo craneano encefálico grave. Sabemos que a pessoa vai permanecer com sequelas para a vida toda e é nossa obrigação fazer o acompanhamento do doente e das família, e muitas vezes não estamos preparados para a nova situação”, disse João Ferreira.
O responsável pelo Hospital acrescentou que a associação pode partilhar experiências . “É muito importante haver estas associações que permitam este contacto entre o Hospital e quem está cá fora na continuidade de cuidados, na sociedade, nas famílias, e também proporcionar este contacto aos profissionais”, disse João Ferreira.
Fonte: Correio do Minho