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Dúvidas Frequentes

Perguntas Frequentes

Seguros

Até há alguns anos atrás, o sector segurador disponibilizava um conjunto de modalidades que privilegiavam o “factor risco”, não considerando os aspectos financeiros ligados à rentabilização dos prémios pagos. Actualmente já é comum a rentabilização de capitais e de estímulo da poupança através do seguro de vida, originando novos produtos que aliam as vantagens dos seguros de vida clássicos ao cariz financeiro e à rentabilização máxima das poupanças. Com a evolução deste conceito, está disponível em Portugal um novo tipo de seguros de vida.

Seguros ligados a fundos de investimento (Unit Linked): neste tipo de seguros os prémios pagos são investidos sob a forma de unidades participação de um ou vários fundos de investimento. Não existindo, na generalidade destes produtos, qualquer rendimento mínimo garantido, o risco de investimento é inteiramente assumido pelo cliente (Tomador do Seguro). Originariamente concebidos como um produto de capitalização puro, podem abranger todos os seguros de vida: em caso de morte, vida ou mistos.

PPR (Plano de Poupança Reforma): o PPR é um produto definido pelo Governo, através de legislação específica (Decreto -Lei 158/2002, de 2 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei 125/2009, de 22 de Maio), tendo em vista o investimento de poupanças individuais visando complementar as prestações de reforma da Segurança Social. 

É hoje uma das formas de poupança mais populares, quer pelo objectivo que serve e que constitui uma preocupação crescente dos cidadãos, quer pelo atractivo tratamento fiscal.

Modalidades do reembolso: os valores acumulados nos PPR podem ser recebidos pelo titular nas seguintes condições: (i) reforma por velhice do participante, desde que o contrato tenha sido iniciado há mais de 5 anos; (ii) após os 60 anos de idade do participante, desde que o contrato tenha sido iniciado há mais de 5 anos; (iii) desemprego de longa duração do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar; (iv) incapacidade permanente para o trabalho do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar, qualquer que seja a sua causa; (v) doença grave do participante ou de qualquer dos membros do seu agregado familiar.

Em geral, caso o PPR tenha sido constituído sob a forma de modalidade de seguro de vida, o titular pode optar por receber o capital acumulado de uma só vez ou em várias vezes, ou através da transformação desse capital numa renda vitalícia.                                                          

Fora das condições descritas o titular também pode solicitar o reembolso, mesmo que parcial, do seu PPR, nos termos contratualmente previstos e com as consequências legalmente estabelecidas. Neste caso, deve ser reposto o benefício fiscal auferido sendo, também, aplicada uma penalização adicional, havendo lugar a alteração da tributação sobre o rendimento.   

SEGUROS DE RISCO

O que são Seguros de Risco: designam-se por Seguros de Risco as modalidades tradicionais de seguro de vida que garantem o pagamento de um capital por falecimento do beneficiário em consequência de doença ou acidente.

Variantes de Seguros de Risco: existem vários tipos de Seguros de Risco adequados às diferentes necessidades dos clientes. Podem ser divididos em dois grandes grupos:

Seguros Temporários: prazo de duração pré-definido e que se destinam a cobrir o risco de morte mas apenas durante um período da vida da pessoa. O prazo de duração do seguro diz respeito ao período da vida em que a falta da pessoa segura possa ter consequências económicas mais graves para os seus dependentes. A título de exemplo:  

  • Para um pai de família, enquanto existirem filhos menores ou deficientes;
  • Para uma pessoa que tenha contraído um empréstimo, enquanto subsistir a dívida.

Seguros Vida Inteira: vigoram durante toda a vida da pessoa sendo pago o capital à data da ocorrência da morte, independentemente de quando esta ocorra. Este seguro está ligado a preocupações que não estão limitadas no tempo. O capital seguro nesta modalidade poderá ser utilizado para fazer face a encargos financeiros que o falecimento da pessoa possa trazer aos seus familiares tais como: despesas com o funeral e ajuda financeira a dependentes.

Os Seguros de Risco podem ser contratados sobre a vida de uma pessoa (seguro sobre uma cabeça) ou sobre a vida de mais do que uma pessoa (seguro sobre 2 ou mais cabeças). Nos seguros sobre mais do que uma vida, o capital é liquidado à data de ocorrência da primeira morte. Qualquer destas modalidades pode ser contratada com capitais seguros constantes durante toda a vigência do seguro ou com capitais variáveis (crescentes ou decrescentes). Os prémios a pagar também podem ser constantes durante toda a vigência do seguro ou variáveis; podem ainda ser pagos de uma só vez (o que se denomina por “prémio único”).

Custo dos Seguros de Risco: o custo destes seguros depende fundamentalmente da idade da pessoa segura no início do contrato e do prazo de vigência deste. A evolução destes seguros faz com que se encontrem disponíveis no mercado diferentes tarifas para diferentes classes de risco, tais como, homens ou mulheres, fumadores ou não-fumadores.

Participação nos Resultados: os seguros de risco podem conceder uma participação nos resultados. Como se trata de contratos de médio ou longo prazo uma maior prudência na avaliação do risco e consequente tarifação poderá trazer à seguradora resultados superiores aos esperados, concedendo esta o direito ao tomador do seguro de participar nesses resultados (a existência ou não de uma participação nos resultados também tem influência no custo do seguro).

Condições de Aceitação: a aceitação de um seguro de risco pela seguradora está normalmente condicionada ao preenchimento de um questionário, pela pessoa a segurar, com informação de natureza clínica, profissional e financeira. Para capitais e idades mais elevadas a seguradora pode solicitar exames médicos complementares e/ou informação adicional necessária à correcta avaliação do risco.

Coberturas Complementares: o Seguro de Risco pode associar coberturas complementares na mesma apólice. Estas podem garantir uma variedade de benefícios adicionais e, de entre as disponíveis no mercado, devem referir-se, como mais frequentes, as seguintes modalidades: (i) pagamento antecipado do capital seguro em caso de invalidez permanente; (ii) pagamento de um capital adicional em caso de morte ou invalidez por acidente; (iii) pagamento de um subsídio diário por internamento hospitalar; (iv) pagamento de um subsídio diário por invalidez temporária.

O custo das coberturas complementares é em geral inferior ao da cobertura principal e no caso dos complementares por acidente o custo normalmente não varia com a idade da pessoa segura.

SEGUROS MISTOS

O que são Seguros Mistos: são modalidades em que se associam as garantias dos seguros em caso de morte (risco puro) às garantias dos seguros em caso de vida (capitalização), ou seja, a seguradora garante o pagamento do capital contratado quer em caso de morte da pessoa segura, durante o prazo do contrato, quer em caso de vida, no termo do contrato ou em determinados momentos do mesmo.

Principais Modalidades do Seguro Misto

Misto Simples: garante o pagamento do capital contratado em caso de morte da pessoa segura, durante o prazo do contrato, ou em caso de vida no final do mesmo. 

Misto com opções: para além das garantias existentes no Seguro Misto, esta modalidade oferece a possibilidade da pessoa segura, em caso de vida no final do prazo, optar pelo (i) recebimento do capital contratado; (ii) recebimento parcial do capital contratado; (iii) manutenção do capital seguro em caso de morte; (iv) não recebimento de qualquer capital e conversão do mesmo num capital superior a pagar em caso de morte. 

Misto com pagamento antecipado: garante o pagamento do capital contratado em caso de morte da pessoa segura, durante o prazo do contrato, e, em caso de vida, pagamentos parciais, previamente definidos, ao longo do contrato (o capital a pagar em caso de morte é independente das antecipações de capital entretanto verificadas).

Seguros do tipo “universal life”: para além de garantirem o pagamento de um capital em caso de morte durante o prazo do contrato ou em caso de vida, no final do prazo, caracterizam-se por uma maior adaptabilidade durante o decorrer do contrato, permitindo o seu ajustamento no que diz respeito ao montante ou à periodicidade dos prémios, à duração ou alteração do prazo do contrato.

Todos estes produtos garantem uma taxa técnica de juro máxima durante o prazo do contrato, à qual acresce a participação nos resultados em função da percentagem definida e do saldo da conta de resultados da modalidade respectiva.

QUE SEGURO E A QUE PREÇO

Na escolha do seguro deve ter-se em conta: (i) o objectivo do seguro; (ii) o capital necessário para fazer face a esse objectivo; (iii) o prazo que se pretende cobrir ou o momento em que se quer beneficiar; (iv) a capacidade económica para pagar os prémios (o prémio de um seguro misto é muito variável porque depende de um conjunto de factores, nomeadamente do tipo de risco a cobrir, da idade da pessoa segura, do prazo pretendido, do período de pagamento de prémios e, ainda, das tábuas de mortalidade e dos encargos utilizados pela seguradora).

SEGUROS DE RENDA

O que são Seguros de Renda: os chamados Seguros de Renda constituem um dos tipos de produto mais conhecidos dos Seguros de Vida. Como o nome indica são seguros que garantem o pagamento de prestações pecuniárias periódicas, pré-definidas, sob determinadas condições. 

Variantes dos Seguros de Renda: no mercado segurador português existe o mais variado tipo de rendas ao dispor dos potenciais clientes adequando-se a todo o tipo de necessidades, podendo ser divididos em duas grandes famílias, as Rendas Vitalícias e as Rendas Vitalícias Temporárias.

Rendas Vitalícias são caracterizadas por garantirem o pagamento da renda durante toda a vida da pessoa segura. Este tipo de produto adequa-se à aquisição de complementos de reforma, uma das mais prementes necessidades no actual panorama da Segurança Social. 

Rendas Vitalícias Temporárias têm como principal característica o pagamento da prestação por um período pré-definido de tempo e desde que não ocorra a morte da pessoa segura. As rendas a ser pagas a menores por períodos definidos (por exemplo, até à conclusão dos estudos) são uma das muitas situações que se podem adequar a estes produtos. 

Dentro destas duas famílias podem-se encontrar variantes, em que (i) o início do pagamento da renda é imediato ou diferido no tempo; (ii) o valor da renda é constante, garantido ou crescente, quer mediante um valor fixo quer através de indexação; (iii) o montante da renda estará ou não sujeito a aumentos dependentes da participação nos resultados; (iv) a renda está dependente da sobrevivência de uma ou mais Pessoas Seguras.

Tarifas dos Seguros de Renda: como é compreensível face ao vasto leque de opções disponíveis o preço que um potencial interessado terá que pagar para usufruir das vantagens deste produto varia em função do tipo de benefício desejado. Uma das questões que se prende com este tipo de produtos é a escolha do momento em que a pessoa segura quer iniciar o recebimento da renda que subscreveu.  Se o pagamento da renda só tem início dentro de um prazo pré-definido (Renda Diferida) o Tomador do Seguro pode optar entre adquirir o produto sob a forma de prémio único ou nivelado. Caso o tomador do seguro opte por adquirir o produto sob a forma de prémios nivelados (ou seja, o tomador do seguro compromete-se a pagar um prémio constante ao longo do período de diferimento) o esforço financeiro da aquisição do produto é diluído no tempo.

As tarifas praticadas pelas diferentes companhias que exploram este mercado são influenciadas pelas tábuas de mortalidade utilizadas e pela taxa de juro técnica.

SEGUROS DE SAÚDE 

TIPOS DE PRODUTOS

Estão disponíveis no mercado dois tipos de Seguro de Saúde: (i) Seguros de Reembolso e (ii) Seguros de Redes Convencionadas ou de Assistência (Managed Care).

Seguro de Reembolso: nos seguros de reembolso as Pessoas Seguras suportam a totalidade da despesa, solicitando posteriormente a comparticipação ou reembolso dessas despesas junto da seguradora, nos termos contratados. Nestes seguros, a escolha dos prestadores de cuidados de saúde (entidades hospitalares, médicos, unidades de saúde, etc.) é livre e da exclusiva responsabilidade da pessoa segura.

Seguro de Redes Convencionadas: também são designados por Managed Care ou de Rede, e existem duas possibilidades: (i) a pessoa segura recorre a um prestador que integra a Rede Convencionada com quem a seguradora estabeleceu acordos, suportando apenas, nos casos em que assim está estabelecido, o copagamento definido no contrato celebrado com a seguradora, ou, alternativamente, (ii) a pessoa segura recorre a um prestador que não integra a referida rede, funcionando o contrato como se de um Seguro de Reembolso se tratasse. Neste segundo caso a percentagem de comparticipação por parte da seguradora é inferior aquela que seria assegurada no âmbito da rede convencionada (estamos em presença do que se denomina por Seguro Misto).

Garantias que podem ser contratadas: as seguradoras comercializam um seguro de base idêntico, que consiste num plano de protecção que pode incluir diversos tipos de coberturas. Esta base pode configurar diferentes limites anuais de responsabilidade da seguradora, maiores ou menores percentagens de comparticipação nos gastos efectuados pela pessoa segura, ou introdução de franquias distintas.

Coberturas: ao abrigo de cada garantia ficam cobertas na percentagem e com os limites definidos nas Condições Particulares da Apólice as seguintes situações:

  • Internamento Hospitalar: cuidados de saúde efectuados em ambiente hospitalar – (i) diária; (ii) honorários médicos e cirúrgicos; (iii) outras despesas de internamento (no que se refere às cirurgias que exijam utilização de meios hospitalares, embora por período de duração inferior a 24 horas, a prática do mercado é distinta, podendo estas situações estar incluídas no âmbito das coberturas “internamento hospitalar” ou, em alternativa, “ambulatório”, consoante o produto comercializado por cada seguradora).
  • Ambulatório: os seguintes cuidados de saúde – (i) consultas de clínica geral; (ii) consultas de especialidade; (iii) exames complementares de diagnóstico (análises clínicas, imagiologia – RX convencional TAC tomografia axial computorizada, electrocardiogramas, ecografias, ressonâncias magnéticas entre outras); (iv) tratamentos.
  • Medicamentos: aquisição de medicamentos, desde que prescritos por um médico.
  • Próteses e ortóteses: despesas resultantes da compra de próteses (aparelhos que substituem um órgão ou um membro, na totalidade ou em parte reproduzindo-lhes, se possível, as formas e exercendo a mesma função – próteses oculares; próteses auditivas, pacemaker, pernas, mãos e braços electrónicos ou articulados) e ortóteses (aparelhos que auxiliam um órgão ou um membro a desempenhar a sua função – ortóteses auditivas, óculos – aros e/ou lentes e lentes de contacto).
  • Partos: despesas efectuadas com parto natural, cesariana ou interrupção involuntária da gravidez.
  • Estomatologia: despesas decorrentes de consultas médicas, tratamentos do foro estomatológico e próteses dentárias.
  • Subsídio Diário: a seguradora obriga-se a pagar uma importância diária fixa enquanto subsistir o internamento da pessoa segura até um prazo máximo acordado nas denominadas “Condições Particulares” do contrato.

Nota importante: a eficácia das garantias explicitadas depende de prescrição médica própria.

Exclusões: são excluídos do âmbito de cobertura do seguro de saúde determinados riscos. Destacam-se, por serem os mais comuns, os seguintes:  

  • Doenças ou ferimentos que sejam consequentes da prática de quaisquer actos dolosos ou gravemente culposos da pessoa segura;
  • Doenças pré-existentes, ou seja, qualquer doença ou lesão de que a pessoa segura deveria ter conhecimento, cujos sintomas eram evidentes, ou pela qual recebeu aviso médico ou tratamento antes da data da celebração do contrato de seguro.
  • Perturbações resultantes do consumo excessivo de álcool, estupefacientes e narcóticos; ü Hemodiálise;
  • Tratamentos em sanatórios, termas, casa de repouso e outros estabelecimentos similares;
  • Consultas, tratamentos e cirurgias do foro estético ou plástico, salvo se derivados de acidente ocorrido, ou doença manifestada, durante a vigência do contrato.

Capitais Seguros: os limites anuais de reembolso por pessoa são definidos caso a caso, em função da preferência de cada um, e resultantes da negociação efectuada com a seguradora. Estes limites são estipulados por cada tipo de garantia contratada.

SEGUROS DE ACIDENTES PESSOAIS 

O seguro de Acidentes Pessoais tem por objectivo garantir a protecção contra os prejuízos, fundamentalmente de natureza económica, que podem advir em consequência de um acidente susceptível de ocorrer na nossa vida quotidiana, no exercício da nossa actividade profissional ou na nossa vida privada, na prática desportiva ou no decurso de viagens.

O seguro de Acidentes Pessoais é válido em qualquer parte do Mundo, e garante, regra geral, o pagamento de um valor previamente acordado devido a um acidente do qual resulte morte, invalidez permanente, incapacidade temporária, ou que dê origem a despesas de tratamento, de repatriamento ou de funeral.

Evolução e complementaridade com outros seguros: nos últimos anos, nos seguros de Acidentes Pessoais, têm vindo a operar-se importantes transformações qualitativas ao nível dos produtos oferecidos pelas seguradoras, com a introdução de soluções inovadoras adaptadas às actuais necessidades dos consumidores. 

As seguradoras disponibilizam os mais variados produtos que podem ser contratados em apólices próprias do ramo Acidentes Pessoais ou como complemento a outros seguros, tais como os seguros de Vida, Doença, Automóvel e, até mesmo, de Multirriscos. É assim possível, através da combinação de diversas garantias, obter coberturas amplas a preços muito razoáveis. Não deixe portanto de consultar as seguradoras, para a obtenção de esclarecimentos sobre os diversos tipos de seguro que existem no mercado de modo a poder escolher aqueles que melhor se adaptem à sua situação.

Características mais relevantes do Seguro de Acidentes Pessoais: com o objectivo de proporcionar a informação mínima necessária que lhe permita optar pela modalidade de seguro de Acidentes Pessoais mais adequada à sua situação, seja ela de natureza privada ou profissional, consideramos útil abordar algumas particularidades que se nos afiguram de maior interesse.

Formas de contratação: os seguros de Acidentes Pessoais podem ser contratados sob a forma Individual (Seguro Individual) ou Colectiva (Seguro de Grupo). O seguro de grupo é, por definição, efectuado para um conjunto de pessoas, mas exige-se que entre elas exista um vínculo ou interesse comum (por exemplo os empregados de uma mesma empresa), e pode assumir a forma de seguro contributivo ou não contributivo, consoante a pessoa segura contribua ou não para o pagamento do prémio. 

Riscos que pode contratar: na escolha do risco pode optar por, em conjunto ou isoladamente, segurar o risco profissional, para garantir os acidentes ocorridos no exercício da actividade profissional ou o risco extraprofissional, para garantir os acidentes que ocorram no âmbito da vida privada. No risco profissional, as garantias são cumuláveis com as prestações económicas que resultem do seguro obrigatório de Acidentes de Trabalho.

Coberturas que podem ser contratadas: é possível contratar as seguintes coberturas: (i) Morte; (ii) Invalidez Permanente; (iii) Incapacidade Temporária (com ou sem internamento hospitalar); (iv) Despesas de Tratamento; (v) Despesas de Repatriamento; (vi) Despesas de Funeral.

Estas coberturas poderão ser objecto de diferentes combinações, muito embora, regra geral, seja exigida a contratação de uma das coberturas principais – morte ou invalidez permanente.

Capitais seguros: os montantes contratados podem assumir a forma de capital ou renda, subsídio diário ou despesas para as diferentes coberturas contratadas, em consonância com as opções previamente acordadas com as seguradoras.

O que é pago pela seguradora em caso de acidente: as seguradoras garantem, em caso de acidente, e dentro dos limites previstos no contrato, o pagamento das seguintes importâncias: (i) em caso de “Morte” é pago aos respectivos Beneficiários o valor integral do capital ou de um capital e renda; (ii) o valor correspondente à “Invalidez Permanente” é calculado na proporção do grau de desvalorização apurado, tendo por base a tabela que consta no contrato ou outro esquema de desvalorização definido contratualmente; (iii) nas situações de “Incapacidade Temporária” será pago um subsídio diário contratado para o período da incapacidade; (iv) as “Despesas de Tratamento”, de “Repatriamento” bem como as de “Funeral” são reembolsadas até aos limites dos valores previstos no contrato.

Liberdade de escolha na assistência clínica: as pessoas seguras têm liberdade de escolher o médico assistente, bem como as unidades de assistência clínica ou hospitalar para o seu tratamento, estando garantidas as respectivas despesas até ao limite dos valores contratados, salvo se tiver sido acordada a assistência clínica a cargo de uma Rede Convencionada. 

Limitações em função da idade: existem algumas limitações na contratação dos seguros de Acidentes Pessoais para menores de 14 anos dado que, por imperativo legal, apenas é possível segurar a cobertura do risco de morte por acidente de crianças com idade inferior a 14 anos, desde que contratada por instituições escolares, desportivas ou de natureza análoga que dela não sejam beneficiárias. 

ALGUMAS MODALIDADES DE SEGURO DE ACIDENTES PESSOAIS

Seguro genérico de Acidentes Pessoais: através deste seguro e consoante a opção pretendida, ficam garantidos os acidentes ocorridos em qualquer parte do Mundo, quando emergentes de Risco Profissional e Extra Profissional, entendendo-se como tal os acidentes verificados durante as 24 horas do dia, isto é, os acidentes que sofra a Pessoa Segura na sua vida privada (acidentes domésticos, prática de desportos como amador, durante as férias ou lazer) ou no decurso da sua actividade profissional.

Estão ainda automaticamente cobertos os acidentes decorrentes da (i) utilização dos meios normais de transporte, com exclusão dos veículos motorizados de duas rodas; (ii) prática ocasional de desportos, excluindo a prática de alpinismo, artes marciais, boxe, caça de animais ferozes, caça submarina, desportos de inverno, motonáutica, motorismo, paraquedismo, asa delta, tauromaquia e outros desportos e actividades análogos.

Os acidentes decorrentes da prática de algumas destas actividades, bem como os resultantes da prática regular amadora ou profissional de desportos e respectivos treinos, da utilização de veículos motorizados de duas rodas, de cataclismos da natureza e de actos de guerra, terrorismo, sabotagem e perturbações da ordem pública, podem ficar cobertos, mediante aceitação da seguradora e pagamento de um sobreprémio.

Ficam sempre excluídos os acidentes: (i) devidos a actos praticados pela pessoa segura sobre si própria; (ii) originados por alcoolismo (grau de alcoolémia superior a 0,5 gramas por litro); (iii) uso de estupefacientes fora de prescrição médica; (iv) resultantes de crimes e outros actos intencionais da pessoa segura, bem como o suicídio. 

Seguro Familiar: o objectivo deste seguro é possibilitar que, de uma forma simples e prática, possam ficar incluídas, no mesmo contrato, todas as pessoas que constituem o agregado familiar do tomador de seguro. Através da combinação das diversas coberturas e capitais, ficam garantidas as indemnizações devidas em caso de acidente sofrido por qualquer das pessoas seguras. O seguro abrange acidentes ocorridos no âmbito da vida privada do agregado familiar, excluindo-se os que se verifiquem no exercício de qualquer actividade profissional.

Seguro de Viagem: destina-se a garantir os acidentes ocorridos no decurso de uma viagem, quer esta seja efectuada no âmbito da vida privada – férias, excursões, etc – quer esteja relacionada com a actividade profissional: viagem de negócios, seminários, conferências e outros eventos. Este seguro tem normalmente uma duração temporária – tempo da viagem – e garante as indemnizações em caso de acidente da pessoa segura, podendo ficar incluídos não só os acidentes verificados nos trajectos da própria viagem, mas também os que ocorram durante a estadia.

Para satisfazer as exigências do consumidor e facilitar a sua contratação, as seguradoras disponibilizam este seguro utilizando formas simplificadas na sua distribuição e oferecendo, ao mesmo tempo, um vasto leque de opções de capitais. Também ao nível das coberturas, é possível complementar a cobertura de acidentes pessoais com outras garantias, como por exemplo a assistência em viagem.

Seguro de Desporto, Cultura e Recreio: a prática do desporto, actividade cultural ou recreativa – não profissional – tem neste seguro o seu melhor enquadramento técnico. É através dele que ficam garantidos os acidentes que atinjam as pessoas seguras, no decorrer da prática de qualquer desporto, actividade cultural ou recreativa – em representação ou sob patrocínio do tomador de seguro.

O seguro abrange todas as formas de actividades, quer se trate de competição, treino, estágio, preparação, ensaio ou actuação, em qualquer parte do Mundo (ficam igualmente garantidos os acidentes ocorridos durante as deslocações, feitas em grupo e em veículo, sob a responsabilidade do tomador do seguro). 

As modalidades desportivas de automobilismo, boxe, caça submarina, esqui na neve, montanhismo, motonáutica e motorismo, só poderão ser contratadas após apreciação prévia por parte das seguradoras e pagamento de sobreprémio compatível.

Seguro de Ocupantes ou Pessoas Transportadas: esta modalidade pode ser garantida através de um contrato de Acidentes Pessoais ou como cobertura complementar ao Seguro Automóvel. A sua finalidade é garantir os acidentes sofridos pelas pessoas que estejam a ser transportadas no veículo identificado no contrato em consequência de acidente de viação.

Na contratação deste seguro, o Tomador do Seguro pode optar por garantir todas as pessoas transportadas no veículo, até ao limite de lotação legalmente autorizado, ou apenas parte, de acordo com os módulos previamente definidos pelas seguradoras. Os capitais são igualmente opcionais e funcionam por pessoa segura.

Este tipo de seguro acumula com eventuais indemnizações resultantes da cobertura de Responsabilidade Civil Automóvel, além de proteger o condutor que pelo Seguro Automóvel está sempre excluído.

Seguro Escolar: o seu objectivo é proporcionar aos estabelecimentos de ensino a possibilidade de subscreverem, no mesmo contrato, um conjunto de coberturas tecnicamente adaptadas às realidades específicas da actividade escolar. Através da associação de diferentes coberturas e várias opções de capitais previamente acordados, este seguro garante as indemnizações em caso de acidente pessoal sofrido pelos alunos e a sua responsabilidade civil perante terceiros lesados. 

A cobertura é dada dentro do estabelecimento (no decorrer da actividade escolar, tempos livres e actividades desportivas) e no exterior das instalações, durante excursões, aulas práticas ao ar livre, estágios ou outras actividades promovidas pela escola (o seguro pode ainda tornar-se extensivo às Colónias de Férias).

Além de garantir os alunos, este seguro é muito mais abrangente e também pode dar cobertura aos membros do corpo docente e aos empregados do estabelecimento de ensino.

Leis e direitos

Portugal aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU que visa garantir os direitos das pessoas com deficiência, passando esses direitos a ser aplicados em Portugal.

Saiba mais.

Lei n.º 31/98 . É a lei que estabelece o regime de incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência:

Saiba mais.

Existe o Decreto-Lei n.º 38/2004 que define as intenções bases gerais do regime jurídico de prevenção, reabilitação e participação da pessoa com deficiência.

Saiba mais.

Subsidio de assistência a filhos com deficiência: Saiba mais aqui

Bonificação para crianças com deficiência. Saiba mais aqui

Saiba mais informações no Portal do Cidadão

Recuperação

Quase todos que sofreram Dano Cerebral Adquirido passam por um processo de recuperação de grau variável, dependendo da gravidade e número de lesões. A recuperação é mais rápida nas primeiras semanas e mais lenta posteriormente, podendo estender-se até dois anos, após o dano.

Todas as situações de dano cerebral mesmo as ligeiras devem ser alvo de atenção médica tão cedo quanto possível.

No caso de lesões moderadas a severas é desejável que os programas de reabilitação sejam feitos “à medida” das necessidades individuais de cada situação, articulados por uma equipa multidisciplinar que integra:

  • medicina física
  • fisioterapia
  • terapia ocupacional
  • terapia da fala
  • terapia cognitiva
  • psicoterapia
  • psiquiatria / neurologia
  • orientação vocacional
  • apoio social

Os impactos do dano variam de pessoa para pessoa em função de muitos factores que incluem:

  • Factores pessoais
  • Factores associados à lesão
  • Factores associados à reabilitação.

As consequências podem ser:

Físicas

  • Problemas de movimento
  • Dificuldades na coordenação motora e equilíbrio
  • Menor força física
  • Lentidão nos movimentos corporais
  • Cansaço, fadiga e perdas de energia
  • Perda de sensações (sensibilidade ao toque, olfacto, visão)
  • Epilepsia pós-traumática

Cognitivas

  • Atenção e concentração: dificuldade em manter-se atento na realização de uma tarefa, ou num pensamento, sendo fácil distrair-se
  • Linguagem e comunicação: dificuldades na compreensão do que é dito, ou na produção do discurso; podem surgir problemas na leitura e na escrita.
  • Percepção: dificuldade em organizar e compreender informação sensorial.
  • Memória: dificuldade em recordar-se.
  • Raciocínio lógico: dificuldade em o utilizar o pensamento para resolver problemas.
  • Funções executivas: dificuldade em organizar e planear as actividades, dificuldade em iniciar actividades.

Emocionais

  • Depressão
  • Alterações de humor
  • Irritabilidade
  • Ansiedade

Comportamentais

  • Impulsividade
  • Agressividade
  • Apatia
  • Falta de iniciativa

A recuperação pode ser medida em semanas, meses e anos e vai abrandando com a passagem do tempo. Os efeitos do dano cerebral, normalmente, são de longa duração e a recuperação pode não ser totalmente concluída. Apesar de em alguns casos as pessoas com DCA graves experienciarem dificuldades de longo termo ligeiras, outras pessoas poderão necessitar de apoio e serviços especiais durante o resto das suas vidas.

Nos dias e semanas imediatamente após o dano cerebral, a função de sobrevivência do tecido cerebral é afetada pelo impacto, hemorragia e/ou mudanças na composição química do cérebro. Por vezes, a acumulação do sangue (coágulos) deve ser removida por operação cirúrgica de forma a reduzir a pressão intracraniana. Nesta fase imediata ao DCA, o objetivo principal passa por controlar o inchaço, manter o sangue fluido e o equilíbrio do sistema químico, de forma a promover o desenvolvimento e manutenção das funções cerebrais. Ainda não é do conhecimento atual, a compreensão de todos os fenómenos que ocorrem no cérebro, nas últimas fases do processo de recuperação. Lentamente começa-se a compreender melhor. Recuperação do dano cerebral não significa substituição do tecido cerebral destruído. Não existe nenhuma forma conhecida pela qual o cérebro poderá produzir novas células. No entanto, muitas coisas podem ocorrer no sentido de ajudar o tecido cerebral a recuperar as suas funções até ao limite das suas possibilidades. Por exemplo, o tecido cerebral que não foi lesionado tem a capacidade de aprender a desempenhar funções que eram desempenhadas pelas células que morreram. No caso do dano cerebral, é comum esta ser acompanhada por outras lesões corporais associadas com hemorragias, inchaços e mudanças nas funções. Os efeitos destas lesões simultâneas poderão contribuir negativamente para as lesões cerebrais. Por exemplo, uma hemorragia grande poderá privar o cérebro de oxigénio. O tratamento rápido das lesões associadas poderá ajudar a limitar os danos cerebrais.

A comunidade médica iniciou a compreensão dos mecanismos através dos quais o cérebro recupera dos seus danos.

Os tratamentos atuais estão baseados na compreensão crescente desses mecanismos, embora exista muito por descobrir.

A recuperação também depende do ambiente e motivação do sobrevivente que acima de tudo deverá começar por acreditar que pode e vai melhorar e que deve lutar por si. O papel dos técnicos mas muito especialmente da família é muito importante na transmissão desse esperança e sobretudo na positividade. O drama ou negativismo e rancor, corroem a recuperação. Se não se sentir com capacidades de dar força positiva ao seu familiar contacte a Associação Novamente para os grupos de encontro que fazemos, muito úteis na força e dicas para a nova vida.

O objetivo central da Reabilitação é capacitar as pessoas com Dano Cerebral Adquirido para atingir o seu nível óptimo de bem-estar, reduzindo o impacto dos seus problemas na vida de cada dia e apoiar no retorno aos diferentes e mais apropriados contextos de vida.

Quais os tipos de Reabilitação?
Um programa de reabilitação pode incluir: psicoterapia, terapia ocupacional, fisioterapia, hidroterapia, terapia da fala, grupos de suporte ou auto-ajuda e/ou orientação vocacional, que apoiem a recuperação do sujeito com dano cerebral e a sua família.

Objectivo da Reabilitação Neuropsicológica
A Reabilitação Neuropsicológica pretende apoiar o indivíduo a conseguir o máximo das suas capacidades através do uso de estratégias de compensação. A compensação dos défices cognitivos é um dos principais objectivos da Reabilitação Cognitiva.

Apoios para diminuir os impactos das consequências do dano cerebral.

Estratégias para compensar Dificuldades de Memória:

  • Use uma agenda na qual possa ver diariamente os seus compromissos.
  • Desenvolva uma rotina para as suas actividades e cumpra-a.
  • Faça Planeamento – Planear ajuda a diminuir o risco de esquecer-se de algo.
  • Crie um espaço para cada coisa e guarde-as sempre no mesmo sítio.
  • Pense em tudo o que vai precisar para as suas atividades e coloque numa pasta ou saco.
  • Faça listas (lista de compras, lista de tarefas diárias, etc.).
  • Use um bloco de notas para registar TUDO o que for importante.
  • Use o bloco de notas para verificar o que escreveu.
  • Use um sistema de lembretes – telemóvel, despertador, post-its.
  • Escolha o local mais apropriado para colocar lembretes (ex. o frigorífico é um ótimo local para colocar notas, horários, etc.).
  • Repita a informação mais do que uma vez, ensaiar a informação ajuda a recordá-la.

Estratégias para compensar Dificuldades de Atenção:

  • Evite locais com distrações e ruídos de fundo quando está a realizar uma atividade.
  • Faça as tarefas mais complexas no momento do dia em que está menos cansado.
  • Evite a realização de várias tarefas em simultâneo.
  • Faça períodos de descanso entre as suas atividades.
  • Faça intervalos, breves mas frequentes, durante a realização de uma tarefa.
  • Reparta em pequenas tarefas simples uma tarefa complexa e faça uma da cada vez.
  • Leve o tempo que for necessário para as realizar cada tarefa.
  • Faça uma coisa de cada vez.

Estratégias para compensar Dificuldades de Linguagem:

  • Procure a informação de forma organizada. Por exemplo, quando tentar pensar no nome de uma pessoa, pergunte a si mesmo. “É homem ou mulher?”, “conheço outra pessoa com o mesmo nome?”, ou procure nas letras do alfabeto se o nome começa por A, B, C…
  • Quando não encontrar o nome de alguma coisa, não se preocupe. Descreva-a, fale sobre ela ou desenhe-a. Use gestos e sinais associados aquela palavra. O que realmente importa é que nos entendam, não o facto de usar a palavra correta.
  1. Antecipe as situações que desencadeiam estas situações. Verifique quando, onde e com quem se sente irritado e perde o controlo. Procure antecipar estas situações, preparando-se e tentando modificar a situação para que lhe provoque menos stress.
  2. Identifique os sinais que lhe indicam que está tenso e irritável: quando os seus músculos se contraem, quando a respiração se acelera ou aumenta a sua impaciência. Este é o momento de mudar a sua reacção normal. Se sentir que vai perder o controlo saia da sala.
  3. Quando estiver em dúvida sobre fazer algo, não faça nada.
  4. STOP – retarde a sua acção, não “mergulhe” sem pensar.
  5. Utilize estratégias de relaxamento para o tranquilizarem: ex. respire fundo; conte até 10, faça um intervalo, retire-se da situação.
  6. O relaxamento muscular pode ajudá-lo nestas situações.

É muito difícil antever a duração do processo de recuperação após dano cerebral adquirido, devido à grande variedade de fatores que poderão fazer variar essa duração:

  • fatores pessoais: idade, escolaridade, estado de saúde prévio, etc.
  • fatores associados ao dano: severidade; extensão da área lesionada; outras complicações associadas; duração da amnésia pós-traumática;
  • factores associados ao programa de reabilitação: intensidade (número de horas de terapias por semana), diversidade das intervenções, adequação às necessidades específicas de cada pessoa.

Evite estimulação excessiva
Esta recomendação é especialmente importante nos estádios mais iniciais após o dano cerebral. Uma pessoa cansada ou fisicamente debilitada entra em fadiga facilmente. A estimulação excessiva poderá provocar agitação e confusão.

Utilize estímulos familiares
Uma pessoa com dificuldades em manter a atenção consegue mais facilmente concentrar-se em algo familiar e confortável do que em algo novo e estranho. Vozes, musica e objetos familiares podem ajudar a pessoa a recordar-se e a reduzir a confusão típica desta fase.

Seja consistente
A equipa técnica, os familiares e amigos devem adotar uma rotina na relação com a pessoa com DCA.
A relação com uma pessoa confusa, agitada e agressiva é uma tarefa difícil.
É importante adotar uma forma de relacionamento consistente que promova a calma e diminua a agitação. A adoção de um comportamento intencional, consistente e previsível promove segurança, ajuda a pessoa com DCA a tornar-se emocionalmente controlada, reduz o sentimento de confusão. Seguir uma rotina diária ajuda a pessoa com DCA, na fase aguda a orientar-se e a sentir-se mais segura.

Mantenha a calma
Os familiares e os elementos da equipa técnica de reabilitação devem servir de modelo para a pessoa com dano cerebral. A tranquilidade de quem acompanha o paciente reduz os sentimentos de confusão e agitação.

Orientações passo-a-passo
Quando a pessoa começa a responder a ordens simples, deve dar uma ordem de cada vez. Esta forma de interagir diminuiu a fadiga e reduz a confusão, promove a memória e transmite um sentimento de sucesso por ser capaz de completar a tarefa.

Evite comparações com o passado
Evite fazer comparações entre o que a pessoa era capaz de fazer antes e depois do dano cerebral. A melhor atitude é centrar-se no momento presente e no futuro próximo.

Não trate a pessoa como se estivesse diminuída
Utilize frases curtas e simples, mas fale do mesmo modo que o faz com uma pessoa adulta, responsável e inteligente.

Evite argumentações e situações stressantes
Recorde-se que após um dano cerebral a pessoa se encontra especialmente sensível ao stress.

Dê tempo para ouvir a resposta
A lentidão na compreensão e o aumento do tempo de resposta é frequente. Dê o tempo necessário para a pessoa responder.

Mantenha o sentido de humor
O sentido de humor tem uma influência muito positiva. O riso provoca bem-estar, quer ao paciente quer aos familiares.

Seja generoso no reforço positivo
Reforçar os progressos e o esforço promove mais progressos. Esta sugestão é fácil de ser recordada quando é uma criança, mas o conselho e a sua eficácia aplica-se também aos adultos.

Perguntas frequentes no regresso à vida diária

O dano cerebral pode causar danos a nível físico, cognitivo e/ou de visão, ou epilepsia pós-traumática que tornam a condução insegura. Por esta razão, a permissão para conduzir muitas vezes é retirada. Devemos estar atentos a todas s atividades que podem pôr em risco a segurança do próprio e dos outros.

A resposta depende do sujeito e da extensão do dano. O dano cerebral pode causar muitas mudanças no comportamento, nas emoções e na capacidade de raciocínio. Por vezes é difícil manter um emprego, mesmo que seja o trabalho que fazia antes do dano. Independentemente da pessoa retornar ou não ao trabalho, é importante valorizar as suas capacidades, aptidões e interesses de forma a organizar atividades em que a pessoa possa pôr em prática e desenvolver essas capacidades e desta forma ter uma vida mais gratificante.

Isto pode ser feito através de trabalho remunerado ou através de atividades voluntárias. Tudo depende da situação particular de cada pessoa. O trabalho é definido como uma atividade produtiva e desempenha um papel muito importante na vida. A atividade profissional promove o sentimento de realização, reconhecimento, responsabilidade, independência financeira e interação social. As pessoas que, após um DCA, retornam ao trabalho são mais saudáveis e têm uma autoestima mais elevada, relativamente àquelas que não retornam ou não podem retomar.

Regresso à vida profissional depende de vários fatores:

  • Disponibilidade de emprego
  • Saúde
  • Desejo / vontade de trabalhar
  • Capacidades físicas
  • Capacidade de adaptação à mudança
  • Ajustamento social e comportamental (controle de comportamentos e boa interação social)
  • Capacidade de raciocinar e de resolver problemas
  • Perceção realista das suas capacidades e dos seus défices
  • Capacidades e interesses vocacionais
  • Vontade e disponibilidade de formação
  • Disponibilidade do empregador em adaptar ou o posto de trabalho ou a função

O retorno a uma vida profissional ativa é desafiante e gratificante. Durante o processo de reabilitação cognitiva e motora as equipas técnicas começam a definir e a trabalhar as competências de empregabilidade para que a pessoa com dano cerebral regresse a uma vida profissional ativa e a mantenha.

Para as crianças e adolescentes, vítimas de DCA, o retorno à escola é muito importante. É na escola que desenvolvem a interação social, estimulam as capacidades cognitivas e aumentam o seu conhecimento. Por vezes, os efeitos de um dano cerebral não são imediatamente visíveis em crianças pequenas, mas tornam-se evidentes em idades mais avançadas, quando as exigências cognitivas e sociais são maiores.

O sistema educativo atual apesar de prever a integração das crianças com necessidades especiais no regime escolar normal, por vezes, não está familiarizado com as necessidades específicas de uma criança ou jovem com dano cerebral. Os professores do ensino especial, em conjunto com os psicólogos escolares, devem apoiar os restantes professores no acompanhamento destas crianças.

Há adaptações muito importantes a aplicar nestes casos:

  • Dedicar a estas crianças tempo extra para a realização de provas, de forma a compensar um ritmo de pensamento e execução mais lentos.
  • Realizar as provas em privado, em ambientes livres de estímulos distrativos, para crianças/jovens com problemas de concentração.
  • Colocar estes alunos em turmas reduzidas, com menos alunos.
  • Gravar as aulas, em áudio, de forma a compensar eventuais problemas de concentração e de memória.
  • Disponibilizar apontamentos dos professores ou dos colegas de forma a compensar a eventual dificuldade em estar atento e ter de fazer várias tarefas em simultâneo. Os técnicos das equipas de reabilitação podem apoiar a família na mobilização destes recursos escolares para apoio do retorno à escola.

Os sentimentos de amor, carinho e desejo sexuais são saudáveis e se não forem compreendidos ou expressos, podem levar à confusão e ao stress e posteriormente desencadear sentimentos ou comportamentos inadequados.

Desde o início do processo de reabilitação deve haver uma atenção especial às dinâmicas relacionais entre a pessoa com DCA e a família.  É importante perceber e intervir quando o cônjuge da pessoa com DCA começa a desenvolver uma relação do tipo pai/mãe e filho com a pessoa que sofreu o DCA. É fundamental perceber e intervir quando o cuidador lida com a pessoa adulta como se ela fosse uma criança. Nestes casos, é normal que os adultos fiquem perplexos com as alterações do seu companheiro e é muito comum que daí surjam sentimentos de confusão, raiva e frustração. Falar com alguém que lhe é próximo, ou com um profissional, sobre o que se está a passar pode ser de grande ajuda.

A sexualidade é uma forma das pessoas expressarem a sua identidade enquanto homem ou mulher. Tomamos consciência das diferenças de géneros deste a infância e somos ensinados direta e indiretamente, sobre a maneira de nos comportarmos sexualmente com os outros.  A capacidade em expressar os sentimentos e comportamentos aprendidos pode ter sido perdida após um DCA. Um adulto com dano cerebral pode não entender quando pode beijar, abraçar ou tocar nas outras pessoas.

Os objetivos da reabilitação para pessoas com dano cerebral incluem independência, autonomia e o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis. A capacidade para desenvolver e manter afetos e relações sociais é um determinante no sucesso de qualquer processo de reabilitação. A maioria das pessoas identificam dificuldades ao falar sobre o tema da sexualidade. O familiar ou amigo mais próximo é normalmente a pessoa mais capaz de ajudar neste processo de reaprendizagem no que se refere à sexualidade.

Após um DCA é importante a pessoa saber que seguradoras estão envolvidas no processo e que responsabilidades têm. É importante saber ativar os seguros e não negociar com as seguradoras quando a pessoa que sofreu o DCA está em risco de vida porque isso pode levar as seguradoras a oferecer valores desapropriados à situação.  

Portugal aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU que visa garantir os direitos das pessoas com deficiência. Por lei, todos esses direitos têm de ser aplicados em Portugal

Lei n.º 31/98 . É a lei que estabelece o regime de incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência:

http://dre.pt/pdf1sdip/1998/07/159A00/33253325.pdf

Existe o Decreto-Lei n.º 38/2004 que define as intenções bases gerais do regime jurídico de prevenção, reabilitação e participação da pessoa com deficiência.

http://dre.pt/pdf1sdip/2004/08/194A00/52325236.pdf

Apoios do Instituto Nacional de Reabilitação para a promoção da reabilitação profissional da pessoa com deficiência

Apoios do Instituto de Emprego e Formação Profissional, âmbito da promoção da reabilitação profissional das pessoas com deficiência:

http://www.iefp.pt/formacao/Prog_Qualif_Pessoas_Def_Incap/Documents/PQPDI_Regulamento_2010.pdf

A Família e o seu Papel

O Dano Cerebral adquirido provoca, normalmente, alterações na vida de todos os elementos da família. Poderão ocorrer mudanças a nível:

  • dos papéis familiares desempenhados: um ou vários elementos da família terão de assumir responsabilidades e tarefas que antes estavam a cargo da outra pessoa, como por exemplo. trabalhar, gerir as finanças, cuidar dos filhos, tratar da gestão doméstica, …
  • das rotinas: poderão ocorrer alteração das actividades e horários familiares e, consequentemente um dos elementos ficar sobrecarregado.
  • das relações afectivas: a família tende a centrar a sua atenção nas necessidades da pessoa com dano cerebral passando as necessidades dos outros elementos para segundo plano. Este envolvimento na reabilitação associado a sentimentos de tristeza e desânimo provoca, normalmente, desgaste emocional em todos os elementos da família.
  • das relações sociais: o envolvimento na reabilitação e a dificuldade em explicar às outras pessoas as consequência do dano cerebral leva a progressivo isolamento da família.
  • financeiro: normalmente um dos elementos deixa de trabalhar para “cuidar” da pessoa com dano cerebral.

Após o dano cerebral, os membros da família podem experimentar uma série de sentimentos diferentes à medida que tentam lidar com a situação inesperada:

  • Fase aguda: nas primeiras semanas ou meses os membros da família podem ter sentimentos de pânico, ansiedade, medo, esperança e negação (”isto não nos aconteceu…”). À medida que a condição médica do seu familiar fica mais estável e se inicia a reabilitação esses sentimentos são substituídos por revolta, frustração e tristeza.
  • Fase pós-aguda: o processo de reabilitação é longo e lento e permite às famílias perceberem que nem todas as consequências do dano podem ser recuperadas. Este confronto com a existência de défices permanentes pode provocar sentimentos de tristeza e desmotivação. Contudo, a família ganha uma consciência de que algumas mudanças serão permanentes e inicia o processo de aceitação.

Apoiar o familiar com dano cerebral, comunicar de forma clara e aberta com todos os elementos da família e manter a esperança na reabilitação do seu familiar poderão ser formas de garantir a aceitação e adaptação da família ao dano cerebral.

Apoio domiciliário

O apoio domiciliário consiste na prestação de cuidados no domicílio, a pessoas e famílias que se encontram impossibilitados de dar resposta às suas necessidades e actividades de vida diária (higiene pessoal, alimentação, etc.).

A assistente social do hospital pode ajudá-lo a identificar uma instituição que o apoio neste sentido.

Algumas das instituições às quais poderá recorrer são:

Centros sociais:
 informe-se junto da Câmara Municipal da sua área de residência quais os centros sociais que poderão prestar este apoio

Cruz Vermelha Portuguesa

Santa Casa da Misericórdia

Transportes
Devido à dificuldade em voltar a conduzir e a problemas na mobilidade ou na orientação algumas pessoas com lesão cerebral poderão necessitar de apoio para se deslocarem de um lugar para outro.
Existem algumas instituições às quais poderá recorrer além da Associação Novamente:

Bombeiros voluntários: dispõem de um serviço de transporte adaptado para pessoas com deficiências e incapacidades. È necessária indicação médica para poder usufruir deste serviço.

Câmaras Municipais: algumas Câmaras têm programas de apoio ao transporte adaptado. Informe-se junto da câmara da sua área de residência.

Cruz vermelha portuguesa: Serviço de transporte adaptado

Centros de Actividades Ocupacionais
Algumas pessoas com dano cerebral irão necessitar de apoio e supervisão ao longo de toda a vida. As famílias poderão necessitar de apoio para a integração social e profissional do seu familiar.
Neste sentido poderá recorrer a:

Centro de Atividades Ocupacionais
As atividades ocupacionais constituem uma modalidade de ação social, exercida pelo sistema de segurança social. O objetivo é a valorização pessoal e a integração social de pessoas com deficiência grave, permitindo o desenvolvimento possível das suas capacidades, sem vinculação a exigências de rendimento profissional ou de enquadramento normativo de natureza jurídico-laboral” (N.º 1 do art. 1.º do Decreto-Lei 18/89 de 11 de Janeiro).
A assistente social ou um centro de reabilitação poderão ajudá-lo a identificar um centro de atividades ocupacionais na sua área de residência.

Regime de Emprego protegido
O regime de emprego protegido (Decreto-Lei n.º 40/83, de 25 de Janeiro) tem como objectivo proporcionar às pessoas com limitações a sua integração profissional, através da realização de uma atividade útil e remunerada. Poderá obter mais informação sobre a localização dos Centros de Emprego protegidos ou Enclaves da sua área de residência junto dos Centros de Reabilitação, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, ou da assistente social.

Pedido de 3ª pessoa

Pedido de reforma por invalidez

A Associação Novamente, após conhecer o seu caso, poderá apoiar dando mais informação, lidando diretamente com as entidades que têm recursos ou entidades médicas, para procurar resposta a problemas. Para além da informação técnica e de apoio social e técnico, a Novamente poderá direcionar as famílias, cuidadores e pessoas com DCA’s para apoios úteis e com mais valias para o bem estar e recuperação do sobrevivente e da sua família.

Apoios Sociais

Apoio da Associação Novamente – Dano Cerebral Adquirido

Além de alguns excedentes que a Novamente guarda existe uma listagem legal com os apoios disponíveis.

Download Apoios técnicos disponíveis

O Sobrevivente

Depois de um dano cerebral, o sujeito poderá sentir a perda de controlo de um ou vários aspetos da sua vida. Esta pessoa poderá sentir-se inferior ou diferente numa relação pessoal ou de trabalho. Uma parceria e cooperação poderão ser muito eficazes para negociar e lidar com as dificuldades de comportamento e de pensamento. Depois de um dano cerebral, é importante que os familiares trabalhem como parceiros para desenvolver soluções para as várias dificuldades, através dos seguintes passos:

Prepare um plano de ação

– Envolva o sujeito no planeamento
– Defina responsabilidades
– Utilize instrumentos compensatórios como calendários, agendas ou blocos de notas

Torne as tarefas fáceis

– Subdivida a tarefa em pequenos passos
– Mantenha o contexto de trabalho livre de estímulos distrativos

Utilize o formato da resolução de problemas

– Reconheça que existe um problema
– Defina o problema
– Decida sobre possíveis soluções
– Pese as vantagens e desvantagens de cada opção
– Escolha uma das opções
– Implemente a solução
– Avalie o seu sucesso
– Tente uma outra solução se a primeira não for eficaz

Providencie sempre feedback e reforço

– Avalie o desempenho e devolva gentilmente, mas de forma realista, informação sobre o seu comportamento
– Identifique no imediato os sucessos, assim como as áreas de dificuldade
– Seja sempre sincero, não use subterfúgios para dar informação pouco simpática. A pessoa com dano cerebral tem dificuldades em fazer juízos sobre si mesmo, é essa ajuda que lhe deveremos prestar, de forma a que se vá tornando mais consciente sobre si mesmo e seja capaz.

Ajuda na Resolução de problemas
– Defina o problema.
_________________________________
1. Avance com possíveis soluções.
2. Pese as vantagens e desvantagens de cada uma das soluções possíveis.
3. Escolha uma solução para pôr em prática
4. Avalie o sucesso da solução
5. Tente uma nova solução se a primeira não estiver a resultar.

Efeitos mais comuns após um Dano Cerebral adquirido

Sinais
– Confunde os horários das tarefas, a sua sequência temporal.
– Confunde acontecimentos passados com acontecimentos presentes.
– Faz confabulações (constrói histórias consistentes para preencher lacunas na memória, o que não significa a construção de uma mentira intencional).

O que fazer

– Reforce o uso de um bloco de notas / agenda onde a pessoa anote todos os detalhes importantes da sua vida diária.
– Deve recordar, de forma gentil, os correctos detalhes sobre os acontecimentos passados e presente.
– Confirmar, de forma rigorosa as informações com outras pessoas.
– Procurar uma rotina consistente nas tarefas diárias.
– Limitar (evitar) as mudanças na rotina diária.
– Explicar, de forma detalhada, todas as mudanças (mesmo as mais básicas) nos procedimentos de trabalho.

Sinais
– Não consegue recordar as tarefas de um dia para o outro.
– Não consegue lembrar-se de novas informações.

O que fazer

– Definir uma estrutura rotineira das suas tarefas diárias.
– Reforçar a utilização consistente e sistemática dos instrumentos de apoio de memória (agendas; sinalizar as tarefas quando terminadas, etc.).
– Reforçar a pessoa a anotar novas informações no seu bloco de notas.
– Reforçar a consulta da agenda várias vezes ao longo do dia.
– Providencie oportunidades para praticar a utilização de nova informação (tarefas, procedimentos, atitudes, etc.).
– Procure emparelhar (correlacionar) novas informações com outras que o sujeito seja capaz de se recordar.
– Dê “pistas” orais (palavras-chave) para que o sujeito se recorde, se necessário, ajude-o a preencher os seus lapsos de memória.

Sinais
– Curta duração da atenção
– Distracção
– Dificuldade em dar atenção a uma ou mais coisas ao
mesmo tempo

O que fazer

– Focalizar-se numa única tarefa de cada vez.
– Assegurar-se que a pessoa está atenta antes de começar uma conversa ou uma tarefa.
– Evitar factores distractivos (ruídos, interrupções, etc.).
– Reforçar qualquer melhoria na duração da sua atenção numa tarefa.
– Quando se aperceber que o sujeito está distraído tente voltar a centrá-lo na tarefa que estava a fazer.
– Evitar mudanças bruscas.
– Solicite que a pessoa repita o que acabou de ouvir, para se assegurar que está a seguir a conversa.
– Defina pequenos períodos de pausa entre pequenos períodos de actividade (ex. 30 minutos de trabalho, 5
minutos de pausa).

Sinais
– Hesitações face a tomada de decisão
– Decisões inapropriadas
– Dificuldade de raciocínio lógico
– Ineficácia na resolução de problemas

O que fazer

– Encoraje a pessoa a parar e pensar.
– Utilize o formato de resolução de problemas avançado anteriormente.
– Ajude a pessoa a explorar várias hipóteses de solução.
– Peça para que escreva no seu bloco de notas as alternativas de acção dos problemas que sejam possíveis de prever.
– Analise, em conjunto, as vantagens e desvantagens de cada opção.
– Supervisione a realização desta metodologia de resolução de problemas.

Sinais
– Tem dificuldade em iniciar acções
– Parece desinteressado ou desmotivado

O que fazer

– Ajude a pessoa a desenvolver uma rotina diária estruturada.
– Sugira alternativas específicas para as tarefas a realizar. Exemplo: prefere fazer A ou B?
– Simplifique as tarefas. Desmonte as tarefas em etapas simples e peça para realizar uma etapa de cada vez.
– Encoraje o uso de uma agenda ou bloco de notas e defina tempos limites específicos para a realização de determinadas tarefas.
– Reforce o sujeito, quando ele iniciar algo sem apoio.
– Defina tempos de realização das tarefas.

Sinais
– Falta de continuidade na tarefa
– Dificuldade em planear uma sequência de tarefas
– Parece desorganizado

O que fazer

– Comece com projectos pequenos e realistas.
– Inclua a pessoa no planeamento da actividade.
– Providencie uma explicação clara e detalhada da actividade antes de a iniciar.
– Desmonte tarefas complexas em pequenas unidades simples.
– O sujeito deve anotar as várias etapas sequenciais da tarefa.
– Peça ao sujeito para repetir as tarefas que deverá realizar, de forma a certificar-se que entendeu bem as instruções.
– Reforce a ideia de que deverá seguir-se pelo plano que anotou e à medida que vai realizando cada uma das
etapas, no sentido de confirmar o trabalho que está a realizar.
– Repita e explique a sequência das actividades, sempre que necessário.
– É provável que o sujeito necessite de tempo extra para completar as tarefas.

Sinais
– Comportamentos ou discurso com falhas de informação ou com ausência de consciência das suas consequências
– Impulsividade ou julgamentos erróneos
– Comentários inapropriados dirigidos a outras pessoas
– Fixação numa determinada ideia

O que fazer

– Limite as opções de escolha do sujeito.
– Sugira alternativas de comportamento.
– Explique as razões das tarefas.
– Responda imediatamente às ideias quando inapropriadas mas mantenha-se centrado no assunto.
– Encoraje o sujeito a acalmar-se (tranquilizar-se) e a pensar sobre as tarefas que tem de realizar.
– Providencie feedback verbal e não verbal, de forma apoiante, para o assegurar sobre o que está a fazer.
– Se ocorrer algum comportamento indesejado, discuta em privado as suas consequências, de forma apoiante e tranquilizante.
– Reforce positivamente todo o comportamento desejável.

Sinais
– Falta de consciência das suas limitações
– Auto-imagem e auto-percepção inadequadas

O que fazer

– Antecipe a falta de consciência (insight).
– Dê feedback realista sobre o seu comportamento.
– Utilize de forma generosa feedback positivo.

Sinais
– Agir ou falar sem ter toda a informação necessária, ou quando não considera as consequências.
– Comentários ou comportamento socialmente inapropriados
– Falta de sensibilidade para umas regras sociais de interacção
– Indiferenciação/confusão dos papéis sociais

O que fazer

– Demonstre, de forma clara, quais são as expectativas de comportamento ajustado.
– Exemplifique e ensaie interacções sociais de forma a que se tornem familiares, preditivas e consistentes.
– Defina códigos verbais ou não verbais para assinalar ao sujeito para parar e pensar
– Encoraje o sujeito a parar e pensar sobre as respostas possíveis e ajustadas.
– Convide-o a considerar as consequências do seu comportamento.
– Reforce positivamente os comportamentos ajustados.
– Faça uma pausa, quando forem evidentes sentimentos de frustração (de forma a prevenir).
– Responda imediatamente às ideias, quando elas são inapropriadas, mas não se descentre do que interessa.
– Se ocorrer algum comportamento indesejável, fale em privado de forma calma e confiante sobre o acontecido e as suas consequências.
– Seja realista nas suas expectativas.

Sinais
– Mudanças de “humor” desde a ansiedade, à tristeza ou zanga.
– Choro ou riso inapropriados
– Baixa tolerância à frustração

O que fazer

– Tente antecipar o que é inesperado.
– Mantenha-se num registo de calma, tranquilidade quando ocorrem as “explosões” emocionais.
– Leve o sujeito para um local tranquilo onde tenha tempo de se acalmar e recuperar o controlo.
– Dê feedback sobre o que se passou de forma gentil e apoiante depois do sujeito ter recuperado o controlo.
– Evite comparações entre comportamentos passados e atuais.
– Subtilmente direcione o seu comportamento para outra atividade.
– Utilize o humor de forma positiva e apoiante.
– Reconheça que o sujeito poderá utilizar comentários negativos ou a recusa como forma de controlo da
situação.
– Compreenda que o dano cerebral, normalmente, previne o sujeito de se sentir culpado ou empático.
– Reconhecer as suas próprias reações emocionais que tem em relação ao outro (aquele de quem cuida).

O dano cerebral pode afetar a forma como o sujeito comunica. As dificuldades com a comunicação podem ser causadas por diferentes fatores, incluindo mudanças a nível das competências de pensamento e de comportamento, resolução de problemas, capacidade de julgamento, raciocínio, estado de alerta/consciência do mundo que o rodeia, memória e consciência de si. A linguagem e o discurso podem ser afetados diretamente pelo dano cerebral. Através da linguagem, o sujeito recebe e expressa ideias. A linguagem está intimamente ligada com a cognição (capacidade de pensamento) e envolve a compreensão, fala, leitura e a escrita. O sujeito com dano cerebral poderá ter alterações numa ou nas várias áreas mencionadas. Estas alterações irão afetar a forma como sujeito comunica. A severidade e a combinação dos problemas variam de sujeito para sujeito.

Sinais
– Não responde à conversação de outra pessoa, perguntas ou comentários.
– Não inicia conversações ou é muito lento a fazer perguntas ou comentários.
– Faz pausas longas no discurso
– Tem dificuldade em explicar as suas ideias

O que fazer

– Encoraje o sujeito a participar oralmente. Ex. “O que te parece?”.
– Faça perguntas abertas, como: Fala-me sobre ____.”
– Dê tempo ao sujeito para organizar o seu pensamento.
– Dê toda a sua atenção e tempo para completar o pensamento.
– Reformule o que ele lhe diz, de forma a certificar-se que entendeu bem a mensagem; Ex.: “O que quer
dizer é ____”.

Sinais
– Tem dificuldade em manter a atenção no que lhe está a ser dito
– Interpreta erradamente o que lhe é dito

O que fazer

– Conseguir a atenção do sujeito antes de começar a falar.
– Seja claro e conciso.
– Reduza as distracções.
– Enfatize a informação que é importante.
– Repita o que vai dizendo.
– Peça para olhar para si quando fala.
– Incentive o sujeito a fazer perguntas, sempre que ele não entenda o que lhe é dito.

Sinais
– Conversações “non-stop” não permitem a troca de papéis entre receptor e emissor
– O sujeito não mostra ajustamento no estilo ou comportamento para com as diferentes situações

O que fazer

– Interrompa, delicadamente, e peça a palavra.
– Faça afirmações tipo: “Resuma”, “Sintetize”.

Sinais
– Fala “mastigada” (indistinta)
– Discurso demasiado lento ou baixo, tornando-se difícil entender.
– Fala demasiado rápida

O que fazer

– Diga ao sujeito que não entendeu e peça para ele repetir o que tinha dito.
– Defina o uso consistente de gestos ou pistas com significados inequívocos. Ex.: colocar a mão atrás da
orelha para lembrar o sujeito que deve falar mais alto
– Se a repetição da mesma palavra não permitir compreender o seu significado, peça para explicar por outras palavras.

Sinais
– Parece não entender o significado dos gestos mais comuns
– Permanece demasiado longe ou demasiado perto da pessoa com a qual está a falar
– Estabelece contactos físicos desconfortáveis com as outras pessoas (ou pelo tipo ou pela sua quantidade)
– A linguagem corporal não coincide com o que está a ser dito
– A expressão facial não coincide com o que está a dizer
– Movimentos corporais excessivos, distractivos ou repetitivos
– Pouco contacto ocular
– Fixa o olhar (de forma insistente) na pessoa que está a falar

O que fazer

– Peça ao sujeito para manter uma distância confortável.
– Peça, com delicadeza, para que modifique o seu contacto físico e explique porquê (é desconfortável, fica
pouco à vontade, etc.).
– Diga, claramente, que fica confundido com a diferença entre a mensagem que é transmitida oralmente e
a não-verbal.
– Peça ao sujeito para controlar os seus movimentos distractivos.

O dano cerebral pode afectar o pensamento e o controle das emoções. Se um sujeito com lesão cerebral bebe álcool, consome drogas ilícitas ou lícitas em excesso, isso poderá interferir ainda mais com o processo de pensamento e poderá resultar em sérios danos para as células cerebrais. A consequência é aumentar os danos da lesão já existente. O consumo de álcool e / ou drogas podem perturbar:
– Estado de alerta e concentração
– Auto-percepção
– Percepção do que o rodeia
– Memória e aprendizagem
– Raciocínio, planeamento e resolução de problemas.
Os familiares desempenham um papel importante na ajuda à abstinência por parte do sujeito com dano cerebral. O uso de substâncias deve ser encarado seriamente e não como uma fase passageira. É, com certeza, uma tarefa difícil, mas os familiares e amigos desempenham um papel importante na prevenção dos consumos. Uma das coisas que pode ajudar é antecipar situações em que a pessoa pode ser levada a consumir e evitá-las ou treinar a recusa.

Uma outra consequência possível do dano cerebral é a epilepsia pós-traumática (EPT). As crises epilépticas podem ser causadas por uma descarga eléctrica repentina e excessiva sobre as células cerebrais.
O risco de desenvolver este tipo de epilepsia está relacionado com a severidade e as características do dano. A maior probabilidade de desenvolver EPT existe durante os primeiros dois anos após o dano. A partir dessa altura, vai gradualmente diminuindo. 

a) Grande mal

Normalmente, envolve convulsões involuntárias, incontinência e perda de consciência. Muitas destas crises são auto limitadas e duram apenas breves minutos. A pessoa pode gritar, cair, ter movimentos rítmicos convulsivos, pode ficar corado ou de cor azulada e ter dificuldade em respirar. Tente manter-se calmo e adotar as seguintes etapas de comportamento:

1. Assegurar-se que a pessoa se encontra numa zona segura e colocar qualquer coisa macia por baixo da sua
cabeça (se caiu).
2. Desapertar roupas que estejam demasiado justas, como cintos, gravatas ou outras.
3. Retirar objetos perigosos que se encontrem por perto.
4. Coloque o sujeito de lado e tente manter o queixo afastado do peito. Isto permitirá a drenagem de saliva da boca.
5. Nunca coloque os seus dedos, ou qualquer objeto dentro da boca do sujeito.
6. Não prenda/agarre a pessoa. Você não poderá parar a crise.

Após a crise, o sujeito estará um pouco confuso sobre o que se sucedeu. Não ofereça comida nem bebidas ou qualquer medicação até que este esteja completamente acordado e consciente. Alguém deverá permanecer com o sujeito até que ele se sinta completamente recuperado. Procure identificação médica que o sujeito possa transportar consigo (num fio ou pulseira).

Ligue para as emergências médicas nas seguintes circunstâncias:

1. O sujeito não consegue respirar, é necessário fazer respiração boca-a-boca.
2. A recuperação da primeira crise ainda não se deu e há início de uma segunda crise.
3. O sujeito magoou-se durante a crise.
4. A pessoa acordou e pediu uma ambulância para ser assistido por pessoal médico.
5. As crise duram mais do que 5 minutos sem interrupção.

Também será recomendável chamar assistência médica se souber que foi a sua primeira crise epiléptica.

b) Pequeno mal

Crises Parciais Complexas: podem envolver a perda de consciência, respostas verbais inapropriadas, movimentos sem sentido.
Crises Parciais Simples: movimentos involuntários de uma parte do corpo sem perda de consciência. Estas convulsões podem alastrar-se às restantes partes do corpo e tornarem-se generalizadas.
Adopte o seguinte procedimento, nas situações acima descritas:

1. Não tente agarrar a pessoa, exceptuando se a sua segurança estiver em perigo.
2. Remova objetos perigosos que estejam por perto.
3. Alguém deverá ficar a observar a pessoa até que recupere totalmente a consciência.

Normalmente não é necessária assistência médica em situações de crises parciais, excepto quando de uma crise se passe para outra em contínuo, ou quando de parcial se torna generalizado e a pessoa não recupera.