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18 de Abril, 2012
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Joana Afonso Machado – Cuidadora STCE

“Boa Tarde, desculpem a intromissão mas será que poderiam partilhar este pequeno texto que escrevi em honra do meu irmão?

“Quero partilhar consigo a história do meu irmão, que é um rapaz de 18 anos.

Ele sofreu um acidente de mota, não sabemos como nem quem foi. Ele voltava para casa depois de ter estado meia-hora no café com os amigos…e já passava da meia-noite. Sabemos que houve uma senhora polícia, que na altura ia para casa, viu o meu irmão deitado no chão. Chamou de imediato o INEM, que (por mais incrível que pareça) chegaram rápido. Ela prestou-lhe auxílio, o que encurtou as hipóteses de ter lesões muito mais graves do que poderia ter. Mal o INEM chegou, ele queria levantar-se e ir para casa, mas não deixaram. Vomitou… e os paramédicos sedaram-no e induziram-no em coma de imediato. A minha mãe estava em casa sozinha e o meu pai a trabalhar… eu estava em Évora, onde estou a fazer o mestrado.

Três polícias vieram a minha casa pedir à minha mãe para ir buscar os pertences do meu irmão… ainda nem era 1h da manhã…

Ele foi de imediato para o hospital de Santa Maria, onde lhe fizeram um raio-x e depois uma TAC… traumatismo cranio-encefálico com hemorragia no lobo esquerdo…

Disseram-nos que ele poderia não sobreviver…que caso sobrevivesse poderia ficar em estado vegetal…poderia não mexer o lado direito, poderia não falar, poderia não nos compreender… Isto foi dia 28 de Janeiro de 2012… o meu irmão sobreviveu às 72h mais críticas… Ficou semana e meia em coma induzido… Passado três semanas após o acidente fizeram-lhe uma cranioplastia, pois tinham posto o ossito da cabeça na zona abdominal esquerda.

Dia 23 de Fevereiro deram-lhe alta médica.

Dia 22 de Março deu entrada em Alcoitão para fazer reabilitação.

Entre a saída do hospital e a entrada em Alcoitão, o meu irmão (já andava, claro) começou a falar melhor, a comer sozinho, quis dormir na cama dele, entre outras coisas. A única coisa que ele não quis foi ficar em casa. Cabeça rapada, ainda com os agrafos da cranioplastia, magrinho, não lhe importava, mas ele queria ir ver os amigos que não puderam ir vê-lo, quis ver os que o foram ver, quis ver o céu que da janela do hospital era só um pedacinho cortado pelas persianas…

Hoje ele está a uns 70%, precisa de terapia da fala e de actividades ocupacionais para ginasticar o cérebro. Mas o orgulho que sinto a olhar para ele… Bolas, é mesmo um herói este meu irmão.

Também me revoltei, também duvidei, mas não fui capaz de deixar de acreditar no meu irmão. Além da minha dor, tive de lidar com a dor horrível que os meus pais sentiam, a culpa que eles sentem, mas nunca deixei de lhes dizer que o meu mano ia conseguir, que ia ficar o Tiago que conhecíamos.

Disseram-nos que o meu irmão não ia ser o mesmo… e não é. Está mudado, claro, assim como nós. Quem é que não gostaria de uma segunda oportunidade?”

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